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terça-feira, 29 de março de 2011

SVALBARD: ALÉM DO CIRCULO POLAR ÁRTICO

Svalbard  é um território árctico norueguês, banhado pelo Oceano Glacial Árctico a norte, pelo Mar de Barents a leste e pelo Mar da Noruega e Mar da Gronelândia a oeste. Situado a 560 km a nor-nordeste da costa norueguesa, o território mais próximo é o arquipélago russo da Terra de Francisco José, a leste, seguido da Gronelândia, a oeste. É o ponto da Terra permanentemente habitado mais próximo do pólo norte. Apesar de estar sob soberania norueguesa, o arquipélago está sujeito a um regime específico de acesso aos seus recursos naturais pela comunidade internacional, nos termos do Tratado de Svalbard assinado em Paris a 9 de Fevereiro de 1921.







 Território e Clima Com uma área total de 62 049 km², sensivelmente a mesma da Irlanda, o arquipélago de Svalbard consiste em um numeroso grupo de ilhas e ilhéus localizados entre os 74° e os 81° N, e entre 10° e 34° E. O ponto mais alto do arquipélago é o Newtontoppen, na ilha de Spitsbergen, com 1.717 m de altitude. As principais ilhas do arquipélago são as seguintes:



Spitsbergen, com 23 641 km² de área emersa e 37 673 km² de área total, a maior ilha e a única com população residente;

Bjørnøya, ou ilha do Urso, com 178 km², situada muito a sul, com presença humana permanente, mas sem residentes;

Hopen, com presença humana permanente, mas sem residentes;

Prins Karls Forland, com 615 km², desabitada;

Nordaustlandet (Terra do Nordeste), com 14 443 km², desabitada;

Kvitøya (ilha ilha Kvit), com 682 km², no extremo nordeste do arquipélago, desabitada;

Kong Karls Land (Terra do Rei Carlos), desabitada;

Barentsøya (ilha de Barents), com 1 250 km², desabitada;

Edgeøya (ilha Edge), com 5 074 km² desabitada.

Rossøya, a mais setentrional, desabitadas.

As normais climáticas para Svalbard indiciam um clima tipicamente árctico, embora temperado pela corrente do Atlântico Norte, um prolongamento terminal para nordeste da corrente do Golfo. As temperaturas médias mensais ao nível do mar oscilam entre os -12,4º C a -17,0º C em Fevereiro e os 4,0º C a 6,5º C em Julho. A precipitação anual, quase toda sob a forma de neve, oscila entre os 190 e os 525 mm. Dada a elevada latitude, quase metade do ano é noite permanente, seguida por igual número de meses com o sol da meia-noite à vista. Em Longyearbyen, o sol da meia-noite dura de 20 de Abril a 23 de Agosto e a noite árctica de 26 de Outubro a 15 de Fevereiro.



A geologia de Svalbard é muito variada, incluindo algumas das rochas mais antigas do planeta (3,5 mil milhões de anos). Uma carta geológica detalhada está disponível na página do Instituto Norueguês de Investigação Polar.


Fauna e flora A fauna do arquipélago é rica incluindo o urso-polar, a raposa-polar, uma subespécie da rena europeia, um leão-marinho e uma multiplicidade de aves marinhas. A ilha de Spitsbergen tem uma espécie endêmica de camundongo, o Microtus epiroticus.



Os mares do arquipélago são ricos em cetáceos, que em tempos constituíram o principal recurso económico explorado no arquipélago, com instalação de várias estações de apoio à baleação, e peixe. A pesca continua a ser um recurso importante na área, em especial para a frota russa.



A flora é variada embora restrita às zonas não glaciadas e ao curto período de crescimento permitido pelo clima. Todo o arquipélago está situado a norte da timberline polar, pelo que não existem árvores.



As condições edafo-climáticas existentes não permitem qualquer tipo de cultura, pelo que nunca existiu qualquer actividade agrícola ou pecuária no exterior. Contudo, na comunidade russa de Barentsburg existem estufas para produção de vegetais e uma pocilga (a mais ao norte no planeta).



Demografia

Longyearbyen, a capital administrativa de Svalbard.Devido ao clima e ao território inóspitos, a fixação de população apenas começou a partir da descoberta das jazidas de carvão e do início da sua exploração comercial. Presentemente estima-se que a população de Svalbard seja constituída por cerca de 2700 residentes, dos quais cerca de 1800 são noruegueses (essencialmente residentes de Longyearbyen e trabalhadores das minas de Sveagruva) e cerca de 800 são russos e ucranianos (residentes na comunidade de Barentsburg). Um censo realizado a 1 de Setembro de 2004 produziu os seguintes resultados, por localidade de presença, não estando aqui feita a distinção entre os residentes e aqueles que se encontravam simplesmente presentes por razões de trabalho (nas minas ou investigação científica):



Longyearbyen: 1.433

Ny-Ålesund: 47

Svea (Sveagruva): 301

Barentsburg (Баренцбург): 478 (russos e ucranianos)

Hornsund: 1l (polacos na Estação Polar de Hornsund)

Bjørnøya: 10

Hopen: 5

Povoados São os seguintes os povoados existentes no arquipélago (alguns já sem residentes permanentes):



Barentsburg (Баренцбург) — antiga colônia neerlandesa vendida aos russos. Esta colônia mineradora russa, com cerca de 478 habitantes, é hoje a única mina ativa na ilha.

Grumant (Грумант) — é uma colónia russa abandonada desde 1961. Tem havido notícia de um possível retomar da mineração, mas a crise económica russa não pressagia sucesso.

Longyearbyen — a capital administrativa da ilha, com cerca de 1.433 habitantes.

Ny-Ålesund — uma pequena povoação de apenas 47 habitantes.

Pyramiden (Пирамида) — uma grande colónia russa abandonada em 2000. Uma vez resolvidas as questões de propriedade, as suas valiosas infra-estruturas poderão levar a um repovoamento.

Smeerenburg — antiga estação de baleação neerlandesa, abandonada cerca de 1660

Sveagruva — com cerca de 301 habitantes permanentes dá apoio às grandes minas de Svea Nord, as maiores em atividade na ilha


                                         Longyearbyen, capital de Svalbard

História
O arquipélago de Svalbard é conhecida desde tempos imemoriais pelos povos das regiões árcticas europeias e asiáticas, aparecendo referências a território insulares do Árctico nas sagas islandesas dos séculos X e XI, assentes nas tradições dos povos vikings (embora a identificação das ilhas referidas com a Groenlândia, Jan Mayen ou Svalbard seja discutível). As tradições dos povos da Lapónia e da costa siberiana também incluíam referências às ilhas do Árctico.

                                          Barentsburg

Contudo, as primeiras referências seguras aparecem em crónicas russas dos séculos XIV e XV que atribuem a exploração das ilhas aos pomors, que as tinham considerado como parte da Groenlândia e, em consequência, denominado de Grumant (Грумант) (designação depois adoptada para uma das grandes comunidades mineiras soviéticas, hoje abandonada).
                                         Estátua de Lenin em Barentsburg


Apesar deste conhecimento ancestral, a existência das ilhas era ignorada pela intelectualidade europeia, que apenas delas teve conhecimento pelas crónicas da expedição que Willem Barentsz liderou em 1596, na procura da mítica passagem do nordeste para o Extremo Oriente e para a Índia. Deve-se a Barents a atribuição à principal ilha do nome de Spitsbergen (que significa picos aguçados, uma referência às montanhas da ilha), que acabou por se estender durante muito tempo a todo o arquipélago de Svalbard.

                                          Urso-Polar de Svaldard

Durante o período em que as ilhas eram conhecidas por Spitsbergen, a ilha que hoje ostenta o nome era chamada Spitsbergen Ocidental, ou Vestspitsbergen. Por decisão do Estado norueguês, o arquipélago passou a ser designado por Svalbard, ficando a designação Spitsbergen reservada para a ilha do mesmo nome. Tal decisão baseia-se na existência, desde pelo menos 1194, de menção nas sagas vikings a uma terra de Svalbard (que significa costa fria), embora não seja seguro que em referência ao arquipélago que hoje ostenta o nome.


 A caça às baleias e a questão da soberania

Ruínas da base baleeira neerlandesa de Smeerenburg (século XVII).Dado que o clima é extremo, as ilhas não têm qualquer interesse agrícola nem oferecem recursos que permitissem uma colonização economicamente apelativa. Assim, mesmo depois das expedições de Barents, as ilhas eram apenas ocasionalmente visitadas.



A descoberta de que as águas em torno das ilhas eram ricas em baleias e outros mamíferos marinhos, que podiam ser caçados para produção de óleos animais, levou a que em poucas décadas as costas das ilhas fossem mapeadas e que em cada verão árctico fossem organizadas expedições de baleação aos mares das ilhas. Tal incluiu a criação em terra de pequenas estações de desmancha e derretimento de carcaças de baleia, que eram ocupadas apenas durante o período de caça. De 1612 a 1720, a baleação ao largo da costa oeste de Spitsbergen reunia navios baleeiros dinamarqueses, neerlandeses, ingleses, franceses e noruegueses. Estima-se que apenas os neerlandeses tenham capturado neste período cerca de 60 000 baleias, que derretiam na sua base de Smeerenburg.



Esta ocupação, ainda que temporária, veio suscitar a questão da soberania sobre as ilhas, que tinha permanecido relativamente indefinida, com todos os Estados escandinavos, desde a Dinamarca à Noruega, que entretanto procurava afirmar a sua independência, para além da Rússia e dos Países Baixos, a reclamarem direitos sobre o arquipélago.



A questão agudizou-se quando se descobriu que a ilha era rica em carvão e em 1906 a empresa de capitais americanos Arctic Coal Company (ACC) pretendeu iniciar a exploração industrial. O povoado então fundado recebeu o nome de Longyearbyen, hoje a capital da ilha, em honra do americano John Munroe Longyear, principal accionista da ACC.



Em 1916, em plena Grande Guerra, a ACC vendeu a sua posição a interesses nórdicos e a companhia norueguesa Store Norske Spitsbergen Kulkompani A/S (SNSK), para além de outras duas empresas escandinavas e de uma neerlandesa, incrementou em muito a mineração, formando as primeiras colónias permanentes de dimensão apreciável no arquipélago.



Seguiram-se interesses russos, que também pretendiam acesso ao carvão da ilha, o que levou a uma crescente tensão em torno do domínio da ilha.



Terminada a guerra, as potências aliadas vencedoras resolveram apoiar as pretensões norueguesas, o que levou à assinatura em Paris, a 9 de Fevereiro de 1920, do Tratado de Svalbard.



O Tratado de Svalbard

A colônia russa de Barentsburg (Баренцбург).Pelo Tratado de Svalbard, inicialmente assinado entre a Noruega, os Estados Unidos da América, o Reino Unido (e seus domínios do então Império Britânico), a França, o Canadá, a Austrália, a Dinamarca, a Itália, os Países Baixos, a Suécia e o Japão, a soberania norueguesa sobre a ilha foi reconhecida. A União Soviética aderiu em 1924, e a Alemanha em 1925. Hoje o Tratado tem mais de 40 signatários, entre os quais Portugal.



O Tratado de Svalbard, apesar de reconhecer a soberania norueguesa sobre o arquipélago, impõe como condição a sua perpétua desmilitarização e o direito dos cidadão dos países signatários nelas se estabelecerem livremente para exploração dos seus recursos naturais, embora subordinados às leis promulgadas pela Noruega, que, contudo, não pode discriminar positivamente os seus cidadãos face aos dos restantes Estados signatários.



Esta internacionalização de Svalbard levou a que durante a maior parte do século XX a ilha de Spitsbergen tivesse entre os seus residentes mais cidadão soviéticos que noruegueses, já que a União Soviética investiu substancialmente na exploração do carvão através da empresa estatal Trust Arktikugol (Арктикуголь), a única que, a par da norueguesa Store Norske Spitsbergen Kulkompani A/S, ainda mantém actividade mineira na ilha. Esta empresa adquiriu em 1932 as minas neerlandesas de Barentsburg.



Nos termos do Tratado, a partir de 1925 a Noruega assumiu a administração da ilha tendo, entre outras medidas, estabelecido normas de protecção ambiental que foram pioneiras na Europa.



[editar] A II Guerra MundialApesar de ser uma zona desmilitarizada, Svalbard está situada numa posição geoestratégica importante, pois controla o acesso aos portos russos de Murmansk e Arkhangelsk, os únicos por onde a Rússia tem acesso irrestrito (embora com problemas de gelo) ao Atlântico.



Desencadeada a guerra, e ocupada a Noruega pela Alemanha, a actividade mineira foi suspensa e a ilha quase totalmente evacuada a 3 de Setembro de 1941. Mesmo assim, forças alemãs bombardearam Longyearbyen e Barentsburg em Setembro 1943 e Sveagruva no ano seguinte.



Terminada o conflito, a ilha passou a desempenhar um papel importante na Guerra Fria, com os seus mares a serem palco de frequentes incursões submarinas e aéreas.



Governo e economia

O arquipélago é governado desde 1925 pela Noruega, constituindo uma região especial dotada de sistema fiscal próprio (que não aplica a generalidade dos impostos noruegueses, incluindo os sobre o álcool e o tabaco) e de larga autonomia comunitária. Os enclaves soviéticos, hoje russos, apenas nominalmente estão sob tutela norueguesa, funcionando com absoluta autonomia e apenas sujeitos às normas impostas pela empresa gestora.



A governação cabe a um governador, o "Sysselmannen på Svalbard", a autoridade máxima na ilha, assessorado por um conselho.



A economia está cada vez mais dependente do turismo (que ainda é incipiente) já que a mineração tem vindo a ser progressivamente abandonada, hoje estando restrita às actividades russas em Barentsburg e norueguesas em Svea.



Não existem estradas que liguem entre si as diversas povoações, estando o acesso dependente do navio ou do avião. O helicóptero e a mota de neve são os meios privilegiados de transporte.



Hoje a capital, Longyearbyen, concentra quase toda a atividade administrativa e comercial, sendo o principal porto de entrada na ilha. As minas de carvão russas de Barentsburg, com cerca de 800 residentes, são uma colónia independente, com os seus acessos directos ao exterior, central eléctrica e de telecomunicações própria, hospital, hotel, pavilhão desportivo e escola. Para fornecer as necessárias vitaminas, e para combater a depressão que a falta de luz provoca durante o longo inverno polar, a colónia tem a sua estufa aquecida e iluminada, com vegetais e jardim, e até uma pocilga industrial para fornecer carne fresca. O consulado russo em Barentsburg é o verdadeiro governo da colônia.



A colônia russa de Pyramiden (Пирамида), uma autêntica cidade com o seu hospital, estufas, escolas, pavilhões desportivos e grandes blocos de apartamentos, foi abandonada em 2000, encontrando-se as suas excelentes instalações em rápida degradação.



Em Ny Ålesund existe apenas uma pequena loja.



Todas as estruturas construídas antes de 1946 são consideradas património cultural, estando legalmente protegidas.

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